A Perda da soberania nacional da Galiza
As guerras irmandinhas
A primeira guerra irmandinha tem lugar de 1418 a1421. Onde a burguesia e o povo se levantam contra o arcebispo de Compostela. O bispo pede ajuda a senhores dele dependentes, e ao rei da Castela (reinos da Galiza, Leão, Castela). Como resultado de isso, e das negociações levadas a cabo, nas que aceita parte das demandas, as escaramuças esporádicas que se davam contra dos seus interesses, acabam no 1421
A segunda guerra irmandinha, ou melhor dito a verdadeira guerra rmandinha, pois as anteriores revoltas foram muito locais e esporádicas tem lugar a partir de 1467.
Caraterísticas da Galiza na altura:
Dentro da Coroa de Castela é dizer reinos da Galiza, Leão, Castela; Galiza representava a parte mais rica, mais industrial, mais comercial, exportava e comerciava com toda Europa, tendo correspondentes até na liga da Hansa báltica.
Os vinhos da Galiza iam para Inglaterra e norte de Europa e de lá vinham cereais para a Galiza . Na altura representava a Galiza arredor do 40% de toda a povoação que estava sob os Reis de Castela que possuíam os reinos antes citados.
Galiza era a zona mais dinâmica no cultural, e onde há mais produção literária, multiplicando por várias vezes a que havia em castelhano. E havia essa prodjução porque havia procura de essa produção, procura social.
Na Galiza havia uma densíssima rede de senhores de todo tipo e de nobres que eram os possuidores da terra e dos meios de produção, a sua presença estava refletida nos mais de 300 Castelos e Torres que os albergavam e protegiam.
A guerra foi de classe, ainda que a direção das irmandades estava ao cargo de pessoas da baixa nobreza e frades que ficaram excluídos ou empobrecidos. O levantamento estende-se por toda Galiza incluído todo o Berzo, e a Seabra etc.
Como resultado do levantamento muitos castelos e torres foram derrubados pelas irmandades. A nobreza chamou em ajuda ao rei, porém o rei de Castela alentou a revolta, e deu azos às irmandades.
O Rei não suportava os nobres galegos que se consideravam iguais a reis, e que eram um poder que para nada sentia submetido.
A revolta estende-se até 1470 em que pouco a pouco se vão apagando os lumes.
As grandes casas nobres foram quem de resistir: Pedro Alvarez Osório conde de Monforte e senhor do Berzo, Pardo de Cela etc. etc
A Galiza como resultado ficou economicamente debilitada, muitos senhores perderam todo e nem por isso ganharam tampouco muito os revoltados, além de carecerem de programa político e direção que fosse além da pura e imadiata destruição de fortaleças e mortes.
Acabada a guerra irmandinha, as elites galegas viram a prol de Portugal.
Desde 1230, os reis de Portugal reclamavam a Galiza a oeste dos montes de Leão como parte do seu reino em cumprimento da vontade testamentária de Afonso VIII, (IX na historiografia castelhana ao chamar-lhe oitavo ao único rei de Castela que teve na altura esse nome). e o que era o direito internacional na altura. Além disso Portugal e a Galiza estavam economicamente e socialmente muito unidos.
Entre 1230, e 1490 três reis de Portugal foram proclamados reis da Galiza, um deles até trasladou a sua corte à Crunha, desde a que governou o reino vários anos (Fernando I de Portugal).
Em Castela estava o tema da sucessão, e a legitimidade da coroa correspondia à filha do rei Henrique IV, Joana, e o partido que queria de reina a filha do seu irmão Isabel, casada em Secreto com Fernando de Aragão.
Galiza toda e Portugal apoiam a legitimidade dinástica de Joana.
Pactua-se o apóio a Joana como legítima rainha de Castela. E em troques Afonso V de Portugal reunificaria a Galiza com Portugal.
Afonso V de Portugal e proclamado rei da Galiza (Portugal e o Algarve) no que ficam muito contentes os poderes da Galiza (agás Compostela).
Afonso V move as suas tropas em apoio da rainha Joana de Castela, as que se somam as galegas achegadas por nobres como o conde de Lemos e outros.
O dia 1 de Fevereiro de 1476, tem lugar a batalha de Toro entre os dous exércitos. O exército português-galego é mais numeroso e melhor dotado, porém uma fraca direção da batalhá faz que se dividam forças, e que os castelhanos possam chegar a noite numa muito melhor posição depois de 14 horas de luta.
A batalha de Toro vai significar:
- Ascensão ao trono de Isabel e Fernando.
- Renuncia de Portugal ao território da Galiza, como parte que antes se afirmava era inseparável do seu reino.
- Pactos de futuras bodas com filhos de Isabel e Fernando do que virá o período Filipino em Portugal.
A Galiza não aceita essas cláusulas e declara que o seu rei é Afonso V.
Inicia-se a mais que terrifica guerra de Castela contra a Galiza, que ficara profundamente debilitada em todos os sentidos pela revolução irmandinha. A guerra vai-se desenvolver ao longo de 13 anos. Nos que o povo Galego e as suas classes dirigentes ponhem firme resistência ao domínio de Castela e a sua aniquilação como povo.
As cidades e Vilas galegas dão fortíssima resistência. O cerco de Ourens levou 11 meses, o da Crunha, 9 meses o de Ponferrada mais de dous anos (foi a derradeira vila da Galiza a se render a Castela).
São derrubados mais Castelos e fortalezas dos que foram na revolta irmandinha, incendiados campos e colheitas, colgados centos de homens ao longo do caminhos como entre Pontevedra Vigo Tui e Vilagarcia e ali deixados a apodrecerem.
A derrota significou, o que chamaram doma e castração do reino da Galiza:
- Supreção de validade a documentos que não fossem escritos na língua de Castela e por escrivaos da escola de Toledo
- Supressão dos direitos políticos do reino da Galiza. A representação nas cortes da Galiza num gesto ofensivo e humilhante são concedidos a Samora
- Supressao da província religiosa da Galiza, que incluía a metade norte de Portugal, (até Coimbra) e todas as ordens religiosas passam a depender de valhadolid. Até o século XX não voltou a haver um bispo galego, e todos os cargos reitores religiosos passam a ser castelhanos.
Criação da Audiência da Crunha, estrutura do poder real gerida por castelhanos que administra justiça e tem também o poder político administrativo (até fins do século XIX na Galiza não houve funcionários que não fossem castelhanos (salvo no caso de contínuos –ordenanças-)
- ´Proibição do comércio esterior galego, de facto nem o comércio com as colônias americanas foi permitido, era um monopólio de Andaluzia. (chamada na altura tamém Nova Castela)
-Destruição de produções agrícolas e imposição de compras em Castela.
-Durissimas levas de homens para os exércitos e impostos muito elevados, muito por cima dos que havia em Castela.
- Perseguição da nobreza galega que não se submetia, e quando os apanhavam eram assassinados, Conde de lemos, Pardo de Cela.
- Retirada de territórios a Galiza que se anexam a senhorios de Castela, Berzo, Seabra (passam ao Sr de Benavente e os justiças a leão), ou de Astúrias .
- Obriga de abandono da Galiza e traslado de casas senhoriais galegas a corte em Castela
E mais ruindades
O presente galego é ininteligível se se apagar o feito de termos sido duramente submetidos e capados como povo.
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